Olá, pessoal!
Essa é a minha primeira postagem
aqui. Me chamo Paula e sou colega de faculdade da Tainan, além de ser a pessoa
superchata com revisão que corrigi os textos aqui do blog – isso é, se virem
erros, reclamem comigo. Então, sou a nova colaboradora do “Eu curto
Literatura”, e provavelmente vocês verão algumas resenhas de livros mais
dramáticos por aqui, já que adoro drama e coisas do gênero. Minha primeira
resenha será de um livro de Abel Prieto. Espero que gostem.
Com diversas referências a livros
clássicos, metáforas diversas e uma narração fantástica, o livro “O vôo do
gato” traz reflexões impressionantes sobre a ação do tempo nas pessoas e como a
amizade perdura frente às dificuldades. Fora inicialmente publicado em 1999,
sob o título de El vuelo del gato, e
lançado em 2006 pela Editora Record, com tradução de Elizabeth Carvalho. (Convém
levar em consideração que, por ser do ano de 2006, não está de acordo com a
nova ortografia).
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Fonte: Saraiva |
Um jogo de basquete, a disputa entre dois amigos diferentes “não apenas nas estruturas corporais e espirituais de um e outro, mas na própria forma de ocuparem o espaço, o tempo e a própria cubanidade”. Assim começa o romance do ministro da Cultura de Cuba Abel Prieto, centrado na figura sóbria de Marco Aurelio e no seu oposto, Freddy Mamoncillo, que narra as desventuras de uma “Turma” que discutia música pop, estudava Allan Kardec e fazia do xadrez — uma mania nacional — terreno para as mais variadas metáforas sobre as personalidades dos jogadores.
[...] o mais importante é perceber como este grupo “reservado, intimista, crepuscular” de amigos tenta, de todas as formas, superar as perdas e frustrações corrosivas trazidas pelo tempo. A tentativa de um reencontro na década de 1990, trinta anos depois do idealismo e da esperança dos anos 60, é a prova de que vale sempre a pena tentar resgatar um passado de alegria e felicidade — mesmo que os cabelos (se ainda existirem) e as cinturas não sejam os mesmos.
Embora escrito em primeira pessoa, o foco do livro são dois
personagens diversos, o estoico Marco Aurelio Escobedo e o nada estoico Godofredo
Laferté, apelidado de Freddy Mamoncillo. Logo no início somos levados a
observar a diferença marcante entre os personagens e conhecer a amizade que os
unia desde o tempo de escola. Marco Aurelio, por possuir o nome de um imperador
filósofo romano, é muitas vezes chamado no livro com o vocativo “o Pequeno”, ou
“o Nosso”. Sua característica marcante é seu “olho ruim”, o qual é referenciado
em muitas partes do livro, em que o narrador destaca o caminho que os
diferentes olhos de Marco Aurelio faziam. Já Mamoncillo, assim chamado devido a
uma fruta de mesmo nome, é o personagem a qual se faz alusão ao gato voador, um
personagem híbrido e intrigante.
O Pequeno terminou abruptamente sua dissertação e passeou o olho bom pela platéia, enquanto o olho ruim descia para dar uma descansada. Estava um pouco aturdido, tinha falado muito. (p. 181)
No decorrer do livro, vê-se que algumas palavras foram
escritas com as letras iniciais maiúsculas, como Culpa, Atraso e Insônia, para
dar ênfase às questões as quais remetem. Sendo que trazem grande reflexão acerca
das personalidades, das ações feitas e da evolução (ou não) humana. O autor
também utiliza da divisão entre Alma Racional, Alma Animal e Corpo, de modo a
enfatizar os caráteres do ser humano. Essas são questões sem as quais o livro
não seria – em minha opinião – a obra prima que é, pois remetem aos personagens
e a vida de modo a criticar – não apenas no caráter negativo da palavra – as
ações que fazemos, os sentimentos que nos movem e como o tempo age sobre a vida
na Terra.
Quando ingressamos na “faculdade”, era como a chamavam, o Pequeno e eu imaginávamos estar sob a proteção das nove musas e da sábia coruja Minerva, das ciências, da leitura e da Insônia fecunda. Logo descobrimos que ali moravam também os demônios menores da noite, os duendes malignos, os trasgos, os roedores e também as alimañas inesperadas. Até mesmo nossa amizade, último reduto espiritual, foi abalada pelas tensões que agitavam a “faculdade” e pelas discrepâncias e conflitos entre suas “escolas”. (p. 57)
O
livro relata acontecimentos do período em que eram adolescentes até o momento
em que se tornam adultos e formam suas famílias, contudo, não segue uma trajetória
linear. Como o próprio narrador comenta, o livro só pôde surgir devido a uma
reunião que os uniu nos anos 90. Em outras palavras, é um relato, uma série de
memórias e, como tais, seguem um fluxo de narrativa do autor, alterando entre a
época da adolescência e da fase adulta.
A
história de “O vôo do gato” é um misto de drama, amizade e romance. Há várias
referências a músicas no decorrer do livro, sendo uma, em específico, no
capítulo final, sugerida para que se ouça durante a leitura. O final do livro é
perfeito, e a música sugerida apenas enfatiza isso. Se o livro tivesse uma
continuação, eu com certeza leria.
Enfim,
mesmo sem entender algumas das referências do livro, o achei incrível, e
recomendo a leitura a todos que gostam de um pouco de drama. E aí? Se
interessaram?
Claro que me interessei! hahha
ResponderExcluirGostei mt da resenha, dos tópicos que o livro aborda, e o título definitivamente chamou minha atençaõ.
beijão
Que bom! *-*
ExcluirEspero que, caso leia, goste também! =D
O livro é muito bom!~
Oi, Paula!
ResponderExcluirNão conhecia esse livro, mas com certeza é do tipo que eu gosto, tanto da premissa como dos temas abordados. Gostei muito de sua resenha e indicação.
Beijos.
livrosdawis.blogspot.com.br
Oi! =)
ExcluirÉ, não é um livro muito conhecido. Eu fui conhecer quando fiz uma compra no Submarino (fui pelo preço, paguei R$ 3,90~).
Sim, os temas são muito bons! É uma pena que ele não tenha escrito outro livro. =\
Espero que goste do livro também, caso o leia! *-*
Paulinha, que fofa! Primeira postagem! Seu texto está perfeito, não tem nenhum erro ortográfico - louca da revisão aqui -. Adorei sua resenha, o livro parece ser super legal, eu lembro de vê-la lendo.
ResponderExcluir*.*
Bjs
Oi! Pois é, primeira postagem. >.<
ExcluirObrigada! *-*
E é mesmo! Vale a pena ler. =D
Abraços.