Olá leitores,
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O livro traz poemas de vários momentos da vida de Alceu Valença. |
Dividido em duas partes, “Quase uma
biografia” e “Poetas das cidades, da solidão, do amor, do tempo e da saudade”,
a primeira consiste de poemas que relembram as origens e lugares que marcaram a
vida do poeta, abordando detalhes de cidades como São Bento da Una, Recife e
Rio de Janeiro.
Com um enfoque mais reflexivo, a
segunda parte do livro traz versos que falam mais sobre vida, amor, filosofia e
tempo, mas algumas referências a lugares continuam aparecendo. Desta vez, ele
traz versos inspirados em Olinda e Lisboa.
Embora eu não seja muito fã de
poesia, eu gostei muito de algumas reflexões que ele faz nos poemas. A forma
como ele aborda o tempo e amor passam longe de ser clichê, dá para nós nos
identificarmos com os questionamentos dele.
Dentre a série de poemas, o que
mais me chamou a atenção foi Relação entre o Cristianismo e o Marxismo, ainda
mais depois que eu soube como os versos foram criados. Alceu escreveu esse
poema quando cursava faculdade de Direito, durante a prova de um concurso cujo
objetivo era levar para Harvard alunos que pudessem discursar sobre A Sociologia
e Desenvolvimento Econômico da América Latina.
Relação entre o Cristianismo e o Marxismo
Quando
a Senhora de Preto
Me
enlaçar em seus braços gélidos
E
meu corpo for pouco e pouco se consumindo
Pelo
chão que me foi dado,
Quero
evaporar-me
E,
docemente, subir aos céus.
Os
parentes e amigos
Estarão
à sala de espera.
Beijarei
um a um,
Trocarei
a camisa suada
E
sairei para uma volta
Nos
arredores.
Verei
negro americano
De
braço dado com donzela
De
descendência nórdica.
Verei
árabes e judeus
Discutindo,
amigavelmente,
Sobre
a bolsa do Senhor.
E
depois de percorrer
Todas
as dependências do Paraíso,
Chamarei
o “chaveiro” em particular
E mui
confidencialmente lhe perguntarei:
- Pedro,
meu velho, aqui tem dedo de Marx?
Vocês já leram o livro? Pretendem
ler? Me contem nos comentários
O poema é lindo, o tema é pertinente e atual. Tomara a profecia se torne realidade. Não a morte do autor, evidentemente! Rs. Mas, sim aquilo que ele verá nos arredores.
ResponderExcluirAdorei esse poema! Confesso que é difícil eu ler poesia!
ResponderExcluirBeijinhos, Hel.
http://leiturasegatices.blogspot.com.br/
Adoro a obra do Alceu Valença! Ele tem uma sensibilidade nas letras das músicas e dos poemas! Ele canta uns forrozinhos que gosto também hehe
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