Um pequeno detalhe inicial: Esta resenha será um pouquinho diferente, um misto de comentário sobre escrita de textos e sobre algo que escritores devem muito – muito mesmo, mesmo, mesmo – evitar e a resenha propriamente dita do livro “Celeuma”, de André Leal, publicado pela editora Chiado em 2015, contendo 232 páginas. O texto ficou um pouquinho grande, e peço desculpas por isso, me empolguei um pouquinho ao escrevê-lo.
Primeiramente, precisa-se ver que
a produção de um texto não é algo tão simples como jogar centenas de palavras
num monte e então colocar um ponto final. Produzir um texto implica em muitos
detalhes pequenos, a começar pelo que se está dizendo e qual o propósito disto.
Se for um texto informativo, por exemplo, uma notícia, a mensagem precisa ser
sucinta, objetiva. Não há espaço para descrições longas e subjetivas quanto ao
local, quanto às pessoas envolvidas ou o que as levou a tal ato. O que é
diferente de um romance, em que tudo pode
ser explorado. Diferente de textos informativos, o gênero romance permite
muitas abordagens e formas de escrita diferentes – e tudo também dependerá do
narrador, se em 1ª ou 3ª pessoa. Romances, ao contrário de outros gêneros,
possuem públicos por vezes bem específicos. “Como assim?” Por exemplo, os
livros mais contemporâneos como Jogos
Vorazes e A Rainha Vermelha
possuem públicos mais adolescentes, o que não quer dizer que outros públicos
não possam lê-los, mas sim que a recepção da obra será diferenciada. E isso não
só quanto à suposta faixa etária do público-alvo, mas também quanto ao nível de
leitura do leitor, a quanta bagagem literária ele já tem.
E o que isso tem a ver com a
produção do texto? Basicamente, tudo.
Para que fique bem claro, é só pensar
em um livro clássico qualquer e na sua adaptação juvenil. O público-alvo das
adaptações costuma ser jovens leitores que não possuem gosto pela escrita mais densa/rebuscada/etc. ou mesmo por livros
grandes. A história é a mesma, mas a
escrita será diferente. Isso importa? Sim, muito. Principalmente se és uma
pessoa que se importa com o estilo da narrativa – com a complexidade com que a
história é contada, com os detalhes etc. Um livro ganha valor não apenas por
sua história, mas também por como
essa história é contada.
Então, pensar no público que
pretendes atingir com sua obra é realmente importante. Se queres atingir os
adolescentes dificilmente conseguirás se utilizares de uma escrita machadiana,
por exemplo – pelo menos não nos dias de hoje. “Preciso pensar nisso quando
escrevo meu livro?” Sim e não. Mas acho relevante pensar nisso quando
terminá-lo e for publicá-lo.
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Diferente livros, diferentes estilos, gêneros e narrativas. Fonte: arquivo pessoal. |
E, considerando tudo isso, convém
falar de mais um ponto realmente significativo: a revisão.
Não existe só um tipo de revisão – pode ser só
gramatical, ou focar no sentido etc. Considerando a revisão como uma coisa só –
o que talvez não seja algo adequado, mas prolongar muito não é o sentido deste
texto –, não se diz apenas de verificar se todos os acentos foram colocados ou “arrumar”
as crases. A revisão, que muitas vezes se associa com a reescrita, implica
também em organizar o texto deixando-o coeso e coerente. Em outras palavras,
evitar frases ambíguas ou que causem estranheza; possibilitar que o texto fique
o mais fluído e legível possível. A revisão é uma das partes mais cruciais num
texto, que não pode ser ignorada. Após pronto, o texto deve, sem exceção,
passar por uma ou mais revisões.
Porém, apesar de ser essencial,
deve-se tomar cuidado com duas coisas. Primeiro que a pessoa a revisar precisa
ter um conhecimento mínimo sobre isso; não adianta querer revisar o texto
gramaticalmente se não souber a diferença de “a” e “há” ou “entendera” e
“entenderá”, por exemplo – isso em questões mais simples. E segundo que, se for
o próprio autor a revisar o próprio texto, precisa-se de certo distanciamento do texto. Isto é
necessário porque, ao ter escrito o texto, inconscientemente o texto estará
formado em sua mente e muitos equívocos – coisinhas simples mesmo – passam
despercebidos. O que não quer dizer que a pessoa não saiba corrigi-lo, mas que,
ao não manter esse distanciamento antes da revisão – pode ser um ou dois dias
ou mesmo semanas e meses –, muito provavelmente não conseguirá detectá-los. Nem todas as pessoas ficam
preocupadas se há ou não há erros na
escrita, mas, para quem se incomoda com isso, é realmente perturbador. A
leitura sofre pausas, e mesmo momentos de irritação – para quem não entende
isso, deixo a seguinte comparação: pense em estar ouvindo uma música ou algum
programa audiovisual e por algum motivo sinistro a mídia fique pausando, mostrando
estática... (muito provavelmente vais precisar respirar fundo para continuar
ouvindo/assistindo). Enfim, como eu disse antes, o livro não é apenas a
história, mas como a história foi contada – e os erros contam.
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Fonte: arquivo pessoal. |
Começarei meu comentário de
“Celeuma” por esse ponto: sua revisão. Não sei como funciona o processo de
publicação de um livro, tenho apenas uma vaga ideia. Também não sei afirmar se
a editora disponibiliza ou não o serviço de revisão; imagino que fique a
critério do autor. Apesar disso, quando o leitor se depara com um livro cheio
de erros, a primeira coisa que vem à mente é que a culpa é da editora. Sendo um
pouco chata com revisão, peguei o costume de observar nas primeiras páginas do
livro se houve algum revisor, e quantos foram. Porque, sim, muitos livros
recebem mais de uma revisão – e aqui entra a questão de diferentes revisões.
Primeiramente, a “culpa”, ou melhor, a responsabilidade, quanto aos erros é do
escritor, mas ele não tem a obrigação de escrever tudo perfeitinho, até mesmo
porque sem o distanciamento do texto dificilmente ele conseguiria corrigi-lo.
Para isso existem revisores! Enfim, todo mundo erra, é normal passar um ou dois
errinhos. O que não pode ser deixado passar é um livro inteiro repleto de erros e equívocos. Da primeira à última parte. “Celeuma” deixou a desejar
a partir do momento em que o próprio autor é o revisor da obra. E o motivo já
foi explicado.
Eu poderia dizer que deve ser
porque não faço parte do público-alvo da obra, mas isso não muda o fato de que
há erros. Não é porque o público não será leitor de clássicos e chatos com
revisão que o livro deve deixar a desejar nisso. Mas talvez o público-alvo
sequer note os erros, e daí? Bom, sinto muito, eu notei.
Bem, falemos da obra em si. O que
é, afinal, “celeuma”? Eu só vim a me deparar com esta palavra pela primeira vez
quando vi o livro no catálogo da editora Chiado. Devo admitir que a capa chamou
muito a minha atenção – mas falarei disso depois. O próprio livro, nas
primeiras páginas, traz uma definição sobre o que é “Celeuma”.
Um dos pontos que mais chamou a minha
atenção na obra foi o estilo da narrativa pelo qual André Leal optou. É um
misto de peça de teatro com prosa. Os diálogos são utilizados como
nas peças, isso é, há o nome de quem está falando e, logo após, a fala. Porém,
senti falta de algo como dois pontos após o nome; essa escolha de nome e logo
após a fala ficou estranha. E há a prosa
no que se refere aos pensamentos – e falas – do narrador do capítulo. Aliás, são
vários narradores, sendo todos integrantes da história. É possível notar que o
narrador do capítulo não possui suas falas como os outros; podemos perceber
suas falas a partir de seus pensamentos. Esta é uma estratégia realmente
interessante, e, embora nem sempre saibamos o que exatamente o personagem
falou, temos uma ideia – então, não se preocupem, isso não dificulta a leitura.
Esta estratégia, contudo, não funciona com apenas uma personagem: a Paloma. Nos
capítulos dela há as suas falas. (Será que foi de propósito?).
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Definição de Celeuma encontrada no livro. Fonte: arquivo pessoal. |
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Estilo narrativo optado pelo autor. Fonte: arquivo pessoal. |
Bom, sobre o que é o livro? Deixarei que a sinopse da contracapa responda:
Celeuma conta a história de uma idosa que se dedica ao propósito de atormentar o próximo. Com sua capacidade única em criar intrigas e mentiras, passa o tempo controlando a vida alheia na tentativa de impor do alto de sua pequenez seu pensamento limitado e mesquinho. Determinada a acabar com o casamento do genro se aproveita da ausência do mesmo iniciando uma jornada ditatorial em prol da moral e dos bons costumes na esperança de reviver um passado distante e improvável. Contudo suas armações e revelações desenterram segredos questionando o caráter dos envolvidos alimentando a fornalha que move o conflito em sua mais pura personificação; o ser humano. (esta sinopse pode ser encontrada na contracapa do livro, no próprio site do livro ou no catálogo da editora Chiado).
Embora não seja um ponto
realmente importante para a obra, gostaria de falar um pouco sobre essa
personagem, a Paloma. Antes de qualquer coisa, meu conhecimento sobre Psicologia
e Psiquiatria é muito limitado, então, caso eu diga algo errado, sintam-se à
vontade para me corrigir – afinal, minha área não é essa. Paloma é a terapeuta
de Fabrício, que é filho de Nívea e Rodolfo e neto de Celeuma – mas depois falo
dela. Pelo que pude compreender, Fabrício – um rapaz de vinte anos – está
fazendo terapia por não aceitar a separação dos pais, se revoltando com isso,
jogando a culpa de tudo que acontece na separação deles – isso é, o problema é
uma questão familiar. Nos meus limitados conhecimentos, acredito que essa seria
uma situação em que um psicólogo atuaria, pois é algo relacionado ao emocional,
em sessões semanais. O personagem Fabrício, no que se mostra dele no decorrer
do livro, não possui “problemas” mais sérios, nada que chegasse ao ponto de
precisar de um psiquiatra – que, aparentemente, não possui sessões semanais, e
sim mensais, ao contrário do que aparece no livro –, que costuma ser o mais
recorrido em situações que necessitam de medicação ou coisas do tipo. E, contudo,
Paloma não é psicóloga e sim psiquiatra, formada em Medicina com especialização
em Psiquiatria. Particularmente, achei que ela fugiu muito de seu papel
profissional – mesmo que eu não entenda bem dessa profissão, pois deixou a
situação extrapolar dos limites para decidir se pararia as consultas com
Fabrício. Tudo bem que essa é uma situação que pode sim acontecer, e deve
acontecer mesmo, mas a questão não é bem explorada, nem mesmo é demonstrado o
quanto isso é errado, que é uma falta de ética – embora diga que aquilo poderia
pôr sua profissão em risco. O problema disso é deixar que pessoas que não
compreendem isso o levem como uma verdade; formem um estereótipo de psiquiatra.
E o que Paloma passa é o seguinte: uma mulher com problemas que se deixa levar
pelos sentimentos, que não explora o problema de Fabrício – que é a separação
dos pais e como isso o afeta – e sim questionando o que ela acha mais conveniente. (Mas
não aparece que ela mesma foi atrás de um psicólogo! Simplesmente porque NÃO
foi... Como assim? Ela também precisava!).
Há outras personagens que
poderiam ser mencionadas e comentadas aqui, que possuem sua relevância na
história, como: Nívea; Dulce; Verônica; Luciana; Rodolfo; Celeuma; Fabrício;
Gisele; a chinesa Ling Lean; e o detetive Marlon. Porém, como falar de todos
seria exaustivo e prolongaria muito, resumirei comentando da Celeuma, da
Verônica, da Gisele e da chinesa. Os quatro pontos mais essenciais da obra.
Quanto à chinesa, é interessante
notar que o autor expôs que a diferença entre chineses e japoneses nem sempre é
considerada – a Celeuma, por exemplo, sequer se dá ao trabalho de diferenciar,
para ela é tudo igual. E essa questão entre chineses e japoneses me lembrou do
livro “Um Hotel na Esquina do Tempo” de Jamie Ford, obra em que essa questão é
muito mais evidente e explorada (que, aliás, já
resenhei e recomendo o livro). Outro ponto em relação a essa personagem, e
que acho que deve ser mencionada, é o estereótipo de estrangeiro falando
português. Não posso dizer se está certo ou errado, se um chinês falaria assim
ou diferente, até porque desconheço muito desse idioma, mas me pareceu fonte de
um “humor” meio trágico/preconceituoso. Ling Lean mistura uma fala de português
e inglês, e possui falas como “Marido ser do máfia chinês”, o que me faz
lembrar do preconceito de quem não fala “bem” e usa muito o “mim” e o “ser”. Posso
estar errada ao falar disso, mas foi um pouco do que pensei lendo o livro...
Quanto à personagem Gisele...
Fica até um pouco difícil dizer o quanto soou estranho, para mim, o fato de ela
ser a filha mais velha, 38 anos, e ainda assim culpar a separação dos pais por
todos os problemas familiares. Que nem o Fabrício. Eu entendo que a separação
seja algo complicado para crianças e adolescentes, mas adultos? A ponto de
beberem demais e culparem os pais? Simplesmente não entendo. Gisele tem 38, mas
age como uma adolescente rebelde e bêbada.
Será que isso é uma crítica
indireta a quanto os filhos permanecem na casa dos pais e dependem deles? Não
sei dizer.
Uma personagem que achei
interessante é Verônica. Não me recordo da idade dela, mas ela era namorada do
Fabrício até que houve um acidente que matou seus pais, deixando-a numa
situação bem devastadora. Diante do seu sofrimento, viu em Luciana, irmã de
Fabrício, um ponto de conforto e segurança; algum tempo depois se casaram. Para
resumir, a Verônica e a Luciana são as personagens que representam o movimento
LGBT. Aliás, a história se passa em 2014, no estado de São Paulo – mostra a
questão da copa (o famoso 7 x 1) e a falta de água; o que acabam sendo pontos
interessantes que permitem que o leitor tenha maior contato com o contexto
social da obra. O que eu achei quanto a Verônica é que ela é como a personagem
Abóbora de “Memórias
de uma Gueixa”, do Arthur Golden, uma ótima personagem, mas que fica meio
que de canto, inexplorada. O acidente de seus pais é mencionado mais de uma
vez, mas não sabemos realmente o que aconteceu, por que etc. O livro num geral,
afinal, não explora o drama e a tragédia (Triste... muito triste... Queria
drama </3).
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Fonte: arquivo pessoal. |
Por fim, a última personagem que
comentarei, e a que devia ser a mais importante: Celeuma. Na verdade, seu nome
é Selma Rosário Marcondes, mas, por ser responsável por intrigas, tumultos e
confusões é chamada de Celeuma. O engraçado é que não percebi os personagens a
chamando de Celeuma nas falas diretas, apenas nos pensamentos/falas indiretas.
Nas falas diretas, é apenas “tia”.
“Paloma Você disse que ela é idosa...
Fabrício Vai fazer 80 e não para um minuto.
Paloma Ótimo na idade dela praticar exercícios.
Fabrício Meu pai diz que ela vendeu a alma pro diabo!
Paloma Credo!
Fabrício E por isso vai viver até 150 anos.
Paloma Ele não gosta dela?
Fabrício Não!
Paloma E sua mãe?
Fabrício Tem medo de entrar em atrito.
Paloma E ela mora com vocês?
Fabrício Mora no fim da rua, mas não sai lá de casa.
Paloma É mais uma pra tumultuar...
Fabrício Quanto mais gente mais confusão.” (p. 70-71, capítulo narrado por Paloma)
Essa “tia” Celeuma tem 79 anos, e
não aceita nada que fuja dos conceitos morais de antigamente, trazendo à tona
diversos preconceitos que, infelizmente, ainda há hoje em dia. Essas falas
aparecem principalmente nas críticas dela referente a outros personagens, como
esta citação abaixo.
“Celeuma Depressão é coisa de gente molenga” (p. 138)
É interessante que durante a
leitura dá para perceber os equívocos da “tia” Celeuma e que, mesmo que as
pessoas tentem corrigi-la, é como se falassem com as paredes. A personagem é
uma representação da resistência às mudanças sociais, de como as pessoas se
prendem as próprias opiniões e não aceitam mudá-las. Claro que, com quase
oitenta anos, realmente é mais complicado mudar de opinião, já que os valores
morais e tudo o mais já estão moldados e firmados no indivíduo, mas não deixa
de mostrar que os valores adquiridos na infância e na adolescência quando na
fase adulta serão mais dificilmente enfrentados. O que é diferente nas
crianças, que aceitam tudo com mais naturalidade, dado que ainda não formaram
e/ou moldaram os conceitos que regerão suas vidas.
“A velha possuía uma capacidade única de tumultuar ambientes. Como um ditador em seu cavalo instituía um clima ostensivo de desconfiança no ar. Reclamava até mesmo quando tinha razão, não tolerado a incompetência humana e batendo de frente com as pessoas pelos motivos mais cretinos” (p. 17, capítulo narrado por William).
Num geral, considerando o
diferencial da narrativa, a história tem um bom desenvolvimento. Há bastantes
trocas de capítulos, que costumam ser curtos, e as cenas passam rapidamente. A linguagem
é bem simples, se aproximando da informalidade, não havendo descrições
excessivas. É uma obra que pode ser lida rapidamente, o maior problema ainda é
a revisão. Desculpe-me, mas ficou ruim. =\
Quando terminei de ler o livro,
fiquei um pouco curiosa para saber se havia comentários sobre esse livro,
querendo ver se deixei algo interessante passar despercebido (afinal, o
problema da revisão pode ter me cegado um pouquinho); só encontrei os que
estavam na página online do livro.
Mesmo estes são curtinhos e não expõem grande coisa. Atrevo-me a chamá-los de
superficiais, embora isso seja devido ao tamanho e ao propósito deles, que é
exatamente serem breves. Enfim, considerando que não encontrei resenhas do
livro, decidi-me por falar de tudo que considerei relevante na obra. É muita
coisa, tive que retirar algumas falas. Só que não posso deixar de comentar
sobre o último capítulo, que é um “baita” spoiler,
mas que muda totalmente a visão que se tem do livro. Portanto, o próximo parágrafo contém spoilers, caso queira evitá-los,
pule-o e vá direto ao seguinte.
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Fonte: arquivo pessoal. |
Leitores, nem tudo está perdido,
tenham calma! Tem algo lindo nesse livro que preciso muito comentar: a edição. A
primeira coisa que chamou minha atenção nesse livro foi a capa, de algum modo
ela me fascinou. Eu não sou fã de laranja, mas a árvore escura realçando com a
cor laranja e o escrito branco... Adorei! Esses quadradinhos, que eu imagino
que representem aquelas fotos antigas, fizeram-me pensar, antes de ler o livro,
que poderiam representar a resistência às mudanças, o apego ao passado, a
distância abissal que se cria com o passar das gerações. Também pensei que o
fato de ser uma árvore enfatizava ainda mais isso, por ser algo que leva tempo
para crescer e quando as raízes se fixam é difícil mudá-la. Até mesmo porque
algumas árvores quando mudam de ambiente não reagem bem e morrem. E isso é tão
fascinante, me trouxe uns pensamentos bonitinhos de drama, tragédia, intrigas e
narrativas filosóficas... E acabei criando expectativa demais por causa da
capa. Ademais, as páginas são bem diagramadas e amarelinhas e o livro é bem
leve. Quanto à edição, só reclamo da revisão mesmo, o resto está lindinho. (Parabéns,
Chiado!)
Enfim, o livro tenta ser
engraçado, e talvez seja mesmo. Mas, talvez, eu não tenha o senso de humor para
entender a graça do livro. Também tenho que deixar bem claro que sou bem
chatinha com livros, inclusive com revisão. Então, se a pessoa gosta de rir ao
estilo de comédia tipicamente de coisa “popular” brasileira, com cenas
exageradas etc., não ficar reparando na revisão, bom... Nesse caso eu recomendo
o livro. Em outros casos, é, desculpe-me, de novo, não.


Então, pessoal, principalmente quanto à parte inicial deste texto: minha opinião aqui não está argumentada com autores, pois não acho que isto tenha sido algo que necessitasse disso. Mas isso não significa que não tenha lido a respeito, afinal, faço Letras. Meus comentários são apenas isso, comentários; a minha opinião sobre isso. Pode estar equivocada, claro. E cada pessoa possui seu gosto; eu posso não ter me agradado, mas há quem pode gostar.
Espero que não tenham sido minutos perdidos
lendo este texto. Mas agradeço se tu, leitor, leste tudo. ^^
Olá, Paula. ^^
ResponderExcluirEstava aguardando ansiosamente por essa resenha, ainda mais porque acompanhei a leitura e ouvi teus lamentos em relação à revisão.
Sobre a estória, acho que não faz o meu estilo, prefiro drama também, não costumo ler livros de comédia.
E que lindo esse teu olhar sobre a capa do livro, muito profunda tua análise (vais arrasar no artigo de Semiótica).
Beijinhos, Hel - Leituras & Gatices
Olá, Helena. =)
ExcluirPois é... a revisão... T^T
É, também não, drama sempre tem um espaço maior~ *-*
Obrigada. ^^ (Não tenho muita certeza disso, mas... espero que sim, porque preciso de nota. xD)