Nesse semestre estou cursando a disciplina de Escrita Criativa na faculdade de Letras, então, estou aproveitando os textos que produzi e gostei para compartilhar com vocês. Uma dessas propostas feitas pela professora foi a produção de uma autobiografia feita de forma criativa, confesso que fiquei com dificuldade de narrar algo que ocorreu de forma diferente e não achei meu texto tão criativo assim, mas gostei do resultado e espero que vocês também gostem:
Em busca de um final feliz
Ela já estava noiva quando descobriu que estava grávida, apressaram o casório, fizeram o vestido largo para esconder a gravidez precoce. Apesar de não recordar, compareci ao casamento de meus pais, escondida por baixo de um vestido largo e atrás de um buquê, lá estava eu. Antes de nascer minha mãe compareceu duas vezes ao hospital, ambas alarme falso. Na terceira ficou internada, para o alivio de meu pai. Meu nome? Tainan. Significado? Estrela. Segundo minha mãe, escolheu por ser forte. De fato, precisei ser forte, nasci com infecção urinária, pesando 2,350 kg. Na época, uma tia disse para minha mãe que eu não vingaria, que ela não deveria se apegar a uma criança tão fraquinha. Foi a primeira vez que vi minha mãe “barraquear”, expulsou a mulher de nossa casa. Apesar disso, minha mãe não teve dúvidas que eu cresceria saudável, visto que ela também havia nascido doente e com aquele peso e estava ali, viva e agora era mãe. Além de doente, também não mamei, o que por um lado foi ruim e por outro bom, já que meus pais se revezavam para cuidar de mim de noite, o que fazia com que, dia sim e dia não, dormissem uma noite inteira.
Então, minha tia estava errada, cresci, embora os problemas alimentícios continuaram. Não comia direito, minha alimentação se resumia ao arroz. Todo mês estava no soro. Ameaçavam-me de morte: “se você não comer, vai acabar morrendo”, e eu, como uma criança esperta, retrucava: “não, o doutor me manda pro soro e eu melhoro!”. Esse fato persiste até hoje, quando estou mal, vou para o soro e tudo melhora.
Fui uma criança que sofreu bullying, se achava feia e diferente. Até os quinze anos sofri pelo que eu chamava de amor. Foi com quinze anos que conheci aquele que viria a se tornar o meu primeiro namorado. Devo escondê-lo só para mim, logo, vou chamá-lo de “ele”. Então, o conheci na internet, ele me elogiava, queria saber minha opinião sobre tudo, falava coisas românticas. Obviamente, me apaixonei, afinal, nunca nenhum garoto havia demonstrado interesse em mim, me chamado de linda e falado palavras amorosas. Seus amigos viraram meus amigos. Mas tínhamos um problema: a distância, um estado inteiro nos separava, o que, de fato, nos separou.
Fiquei um tempo sem falar com ele, embora soubesse que estava bem. Um dia ele entrou em contato comigo, alegando que gostaria de vir para a minha cidade, em minha grosseria respondi: “a cidade é pública!”. Mas veio, todas as mágoas que eu sentia em virtude do nosso afastamento passaram. Após o nosso encontro, escrevi o presente poema:
Jurei, quando...
Eu já jurei tanta coisa,
Jurei que não escreveria
Quando escrevi
Jurei que não falaria
Quando falei
Jurei que não daria
Quando dei
Jurei que não beijaria
Quando beijei
Jurei que não te amaria
Quando amei
Jurei que não voltaria
Quando voltei
Jurei fidelidade
Quando fui fiel
Você jurou que não se apaixonaria
Quando se apaixonou
Jurou que não me esqueceria
Quando esqueceu
Terminou tudo
Quando terminou tudo
Eu jurei que não choraria
Quando não chorei
Eu jurei que manteria a cabeça erguida
Quando eu manti
Estou aqui
Como devem ter reparado com a leitura do poema, nossa história de amor não teve um final feliz, ou talvez teve, só não estamos juntos. Sobre ele? Sei que está bem e casado, espero que a esposa o faça muito feliz, ele merece, é uma pessoa boa, mas talvez não a ideal para mim. Sobre mim? Hoje, faço faculdade, sou uma futura professora, encontrei um outro alguém, o nome? Também mantenho o mistério, mas posso dizer que me faz feliz.
FIM ou talvez seja a apenas o começo...
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O que acharam da minha autobiografia? Comentem.
Ameii! Talvez tenha umas partes que ue achei meio vago, mas que ficou perfeito, um espaço para refletirmos e criar nós mesmos o cenário e os detalhes.
ResponderExcluirFicou perfeito!
Beijos^-^
A minha intenção não foi detalhar muito mesmo, pois se não ficaria enorme.
ExcluirEu gostei muito do que você escreveu...
ResponderExcluirSou nova por aqui e não sei se você compartilha sempre aqui no blog esse tipo de coisa mas gostei muito.
Quanto Mais Livros Melhor
Agora com essa disciplina tenho postado mais textos, pois tenho gostado dos resultados. Seja sempre bem vinda aqui :D
ExcluirMas gente que legal sua história, já falaram pra minha mãe que eu não vingaria também porque eu era muito doente quando pequena, deve ter sido muito ruim para as nossas mães ouvir isso né? Mas pelo jeito somos a prova viva que milagres acontecem né? hahahaha E agora já sei de vem essa sua mania de gostar de "barracos" hahahaha
ResponderExcluirQue lindo seu poema, quando era menor lia muitos poemas, mas nunca consegui escrever um descente.
Muito, mas a minha mãe não acreditou porque também foi um neném doente. Pode ser kkkkkkk
ExcluirNossa, não sabia que tinha essa matéria em "Letras" e achei super interessante. Você escreve muito bem, e a história me deixou bem comovido! :c
ResponderExcluir~ http://www.umdiarioquasenormal.com
Na minha universidade é uma disciplina optativa, mas a minha turma escolheu essa. Muito obrigada :D
ExcluirCurti bastante,
ResponderExcluiras vezes as histórias não eram pra ser mesmo,
fiquei com pena do final...mas talvez seja só o começo :) hehe
beijos
Nem fique, isso já aconteceu há muitos anos.
ExcluirNão fique, isso já aconteceu há muito tempo.
ExcluirEu adorei...eu te entendo, também namoro a distância, e é MUITO complicado, e nem sempre tem um final feliz.. mas vai ver não era pra ser. Espero que você esteja feliz agora <3
ResponderExcluirhttp://leitoraemsagas.blogspot.com.br/
Estou muito feliz agora, isso aconteceu faz muito tempo.
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