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capa da versão em português - Editora Verus |
A
Queda Dos Anjos (Angelfall), é o primeiro livro da série Fim Dos
Dias, uma ficção juvenil americana, escrita por Susan Ee, e publicada aqui
no Brasil pela Editora Verus.
Sinopse:
Já se passaram seis semanas desde
que os anjos do apocalipse desceram para destruir o mundo moderno.
Gangues de rua governam o dia,
enquanto o medo e a superstição governam a noite.
Quando os anjos guerreiros voam para
longe com uma garotinha indefesa, Penryn, de dezessete anos, fará de tudo para
recuperá-la.
Qualquer coisa, inclusive fazer um
acordo com um anjo inimigo.
Raffe é um guerreiro que está
despedaçado e sem asas na rua. Depois de séculos lutando suas próprias
batalhas, ele se vê resgatado de uma situação desesperadora por uma adolescente
quase morta de fome.
Viajando através de uma escura e
distorcida Califórnia Do Norte, eles têm apenas um ao outro para sobreviver.
Juntos, eles viajam em direção à fortaleza dos anjos em São Francisco, onde ela
vai arriscar tudo para salvar sua irmã e ele, vai colocar-se a mercê de seus
maiores inimigos, pela possibilidade de ser curado.
É de se esperar que o personagem
imortal (seja vampiro, anjo, deus e tudo o mais) seja um tanto trágico com
relação ao amor – Edward Cullen que o diga. Porém, o personagem Raffe, um anjo
que teve suas asas arrancadas logo nas primeiras páginas, mostra um outro
resultado da imortalidade: ele é bastante cínico quando se trata de assuntos
mundanos, e bastante cauteloso quando necessário.
– Meus amigos me chamam de Ira. – diz Raffe. – Meus inimigos me chamam
de Por Favor, Tenha Piedade.
Susan Ee nos mostra uma visão nem um
pouco bonita da natureza humana em um universo pós-apocalíptico, é uma análise
quase antropológica – e lamentavelmente exata – sobre que rumo tomaríamos em
uma situação tão extrema. A idade das trevas retorna, e os mais fortes, mais
cruéis e mais espertos sobrevivem, e os outros morrem e desaparecem, aos
milhares.
Seis semanas – como é contado no
livro – não é tempo o suficiente para que as pessoas se adaptem ou aprendam a
se defender, Penryn e sua família, são sobreviventes, há muito tempo, muito
antes de sequer suspeitarem que anjos realmente existiam.
O pai de Penryn e Paige raramente é
mencionado, e segundo Penryn, as deixou após ficar cansado da esquizofrenia
paranoide da esposa, mãe das garotas, que em meio a suas fantasias e
alucinações preparou Penryn para proteger Paige, desde muito jovem, a enviando
a aulas de autodefesa e a ensinando a ser uma protetora – diante dos autos e
baixos da instabilidade da mãe e o perigo que ela representava a todos,
inclusive para elas mesmas.
Uma parte de mim odeia a nova Penryn que eu havia me
tornado
Penryn se desdobra para proteger a
todas, desde sua mãe, que sempre é necessário estar a um passo a frente para
prever suas reações, até Paige, que é uma garota de sete anos e é
tetraplégica.
Qualquer pessoa que olha através das portas de
vidros correria para longe, muito
longe. E agora jogamos um jogo permanente de
eu-sou-mais-louca-e-assustadora-do-que-você. E no jogo, minha mãe é a nossa
jogada secreta.
A mãe de Penryn é um mistério a
mais, e constantemente encontramos alguma lógica em toda a sua loucura, mesmo
quando a filha não está por perto, ela parece capaz de se defender sem muitos
problemas.
Cada personagem é tratado com
cuidado, e muitos deles vão se mostrando pouco a pouco, desde os personagens
humanos, ora cruéis, ora protetores, até os Anjos, tanto os caídos quanto os
com asas, que parecem tão complexos quanto qualquer mortal pode parecer.
Ao longo do enredo desvendamos
paisagens destruídas, as histórias que permeiam a cultura e a tradição cristã,
o resultado das lutas milenares travadas pelos anjos e acima de tudo, nossa
própria natureza. Na leitura, nos identificamos com ao menos um personagem.
Raffe é um anjo cínico, um guerreiro
outrora obediente, que por suas próprias razões desistiu de acreditar nos
anjos, travou suas próprias batalhas e cumpriu suas missões sozinhos, após
os anjos guerreiros ao seu comando caírem em desgraça. Ele protege Penryn, mas
nunca a engana quanto a sua natureza, sempre deixando claro que entre os anjos é estritamente proibido relacionar-se com “Filhas do Homem”. Penryn, assim como
Raffe, é um mistério desvendado ao longo do enredo, ao contrário da maioria dos
personagens de outros livros, ela não torna-se guerreira após os
acontecimentos, ela é uma lutadora há muitos anos, e ela nos conta, aos poucos,
a razão disso.
Esse é o primeiro livro de Susan Ee,
e só posso dizer que espero para ver os outros, pois seu cuidado ao construir
diálogos, narrar cenas de lutas e nos deixar em suspense beira ao talento de
autores mais experientes, é um livro ótimo, feito para adolescentes e claro,
para adultos.
Espero que vocês gostem da dica, e
até a próxima.
Haidy.
P.S.:
Dizem que pode haver filme sobre essa trilogia, então, se você gostou da
resenha não deixe de conferir o livro e ficar de olho nas notícias.