Senhoras e senhores falaremos hoje sobre Princesa de
Papel, primeiro volume da série Royals,
romance New Adult – de Erin Watt, pseudônimo resultante da união entre Elle Kennedy e Jen Frederick, publicado aqui no Brasil pela Editora Essência.
O fato que
despertou a minha curiosidade sobre esse livro, não foi sequer sua premissa, e
sim as opiniões fortemente contraditórias que ele despertou. Aqui aparentemente
não existiu o “8/80”: alguns amaram, outros odiaram.
Sinopse:
Ella
Harper é uma sobrevivente. Nunca conheceu o pai e passou a vida mudando de
cidade em cidade com a mãe, uma mulher instável e problemática, acreditando que
em algum momento as duas conseguiriam sair do sufoco. Mas agora a mãe morreu, e
Ella está sozinha. É quando aparece Callum Royal, amigo do pai, que promete
tirá-la da pobreza. A oferta parece tentadora: uma boa mesada, uma promessa de
herança, uma nova vida na mansão dos Royal, onde passará a conviver com os
cinco filhos de Callum. Ao chegar ao novo lar, Ella descobre que cada garoto
Royal é mais atraente que o outro – e que todos a odeiam com todas as forças.
Especialmente Reed, o mais sedutor, e também aquele capaz de baixar na escola o
“decreto Royal” – basta uma palavra dele e a vida social da garota estará
estilhaçada pelos próximos anos. Reed não a quer ali. Ele diz que ela não
pertence ao mundo dos Royal. E ele pode estar certo.
Sim – A
personagem principal, Ella Harper, não é mais uma jovem entre tantas, a mãe,
ganhou a vida trabalhando em clubes de strip, e Ella tomou seu lugar, com uma
identidade falsa, quando esta foi diagnosticada com câncer e necessitava de
tratamento. Após a morte da mãe, a garota se encontra sozinha, embora muito
pouco em sua perigosa rotina tenha mudado até aparecer seu podre de rico tutor.
Podia ser
lindo, mas a mansão Royal, habitada apenas por homens, é um ambiente hostil, os
garotos a odeiam, por suspeitarem da natureza do relacionamento entre seu pai,
tutor de Ella, e a garota.
O mundo
dos adolescentes privilegiados se mostra bastante cruel, a beleza, o dinheiro e
a reputação vêm em primeiro lugar, e, principalmente na mansão Royal, as coisas
parecem decadentes, os garotos são abusivos, machistas e manipuladores. Callum
Royal, o pai e tutor, não exerce nenhum tipo de boa influência, ao contrário,
ele resolve suas pendências com generosos cheques e ameaças veladas.
Os poucos
adultos que aparecem são do tipo que apagam incêndios com gasolina, nem Gossip
Girl chegou a esse nível de “libertinagem adolescente”. Sendo assim, eu ainda não
consegui analisar muito bem meus sentimentos com relação a Princesa De Papel,
por quê dentro de minha análise, Ella Harper tinha tudo para ser um ícone
adolescente: A garota é uma sobrevivente, e não se contaminou pela vida
desregrada a qual foi submetida, trabalhou, lutou e fugiu quando necessário,
sem nunca perder o foco em seus objetivos muito realistas: terminar o ensino
médio, fazer alguma faculdade e apenas viver. Uma garota assim deve ser
admirada, se não fosse o que eu considerei uma contradição no enredo: Ella
viveu em meio a pessoas maliciosas, manipuladoras (incluindo gangsters) e acaba
se atraindo por Reed Royal – uma esponja que absorve defeitos e falhas de
caráter.
Creio que
quero dizer que gostei de Ella, mas os Royals são personagens um tanto
forçados, que chafurdam em uma vida de autocomiseração regada a sexo, apostas,
brigas e subornos – na medida certa, seria um enredo mais do que atrativo, em
exagero, a coisa toda perde a lógica. E garotas, um recado, leiam Princesa
de Papel, tentem admirar Ella, como eu admiro, mas jamais romantize Reed
Royal ou os seus irmãos, nunca encontrei pessoas assim, mas se vocês conhecem,
apenas fujam para as montanhas. Rápida e discretamente.
Sendo um
livro sobre adolescentes que dificilmente pode ser classificado “para
adolescentes”, Princesa de Papel é um livro cujo enredo pode ser melhor
aproveitado por adultos, devido a sua narrativa de teor sensual, e que eu não
recomendo para menores de dezoito.
Fico por
aqui, e deixo ao seu encargo somar esta história ao seu acervo, enquanto isso,
fico aqui esperando pacientemente que Callum Royal tente por alguma ordem nesse
galinheiro, com a continuação: Broken Prince.
Até a
próxima,
Haidy.