Os Románov – 1613 –
1918
Autor: Simon Sebag
Montefiore
Editora: Companhia Das
Letras
Gênero: História
Sinopse:
Os Románov foram a mais bem-sucedida dinastia dos tempos modernos, tendo governado um sexto da superfície da Terra. Neste livro envolvente, o premiado historiador Simon Sebag Montefiore revela o mundo secreto de poder ilimitado e a implacável construção de um império fervilhante, repleto de conspirações palacianas, rivalidades familiares, excessos sexuais e extravagâncias selvagens.
Simon Sebag Montefiore é
formado em História, em Cambridge, e doutor em filosofia pela mesma
universidade, suas obras forma traduzidas para mais de 45 idiomas e, dele, a Companhia
das Letras publicou Jerusalém, O Jovem Stalin e Stalin, que ganhou o
British Book Awards de melhor livro de história de 2004.
Confesso que às vezes me dá alguns
“picos” de gêneros literários – ora me interesso por romances água com açúcar,
fofinhos e beirando à inocência juvenil ao estilo Carina Rissi ou Coleen Houck,
outras vezes sou adepta às narrativas de comédia leve e romântica de Sophie
Kinsella, e outras tantas – na verdade uma fase que se prolonga a um tempo – me
interesso por narrativas épicas de cavalaria, cruzadas e lencinhos caindo ou
tapando um ferimento quase mortal de um cavaleiro – a indústria têxtil dessa
época deveria lucrar horrores.
Contudo, o livro ao qual me refiro nesta resenha, sai da minha linha usual: uma narrativa história, que, ao contrário do que sempre pensamos, não corre o risco de nos matar de tédio – Algo que deveria ser claramente analisado ao escolher livros para fins didáticos, as pessoas se interessariam muito mais por história se livros como esse fossem indicados no currículo de ensino.
Contudo, o livro ao qual me refiro nesta resenha, sai da minha linha usual: uma narrativa história, que, ao contrário do que sempre pensamos, não corre o risco de nos matar de tédio – Algo que deveria ser claramente analisado ao escolher livros para fins didáticos, as pessoas se interessariam muito mais por história se livros como esse fossem indicados no currículo de ensino.
Aprendemos que as famílias reais
inglesas, como os York, Lancaster e Tudor, carregavam uma grande bagagem de
tragédia, intrigas dignas de seriados televisivos, dramas familiares, e um
grande risco de não acordar no dia seguinte. Os Románov ultrapassa essa
linha, mostrando 304 anos de uma dinastia poderosa, temida, ora respeitada, ora
odiada, que se manteve no poder não somente devido ao direito hereditário, mas
à astúcia, à malícia, e a uma crueldade quase genética, que não poupou nem mesmo os
mais admirados líderes da família.
A narrativa é atraente, dinâmica, e
fiel aos acontecimentos históricos, atendo-se aos fatos comprovados e
documentados, mostrando que a família Romanov, além de ser responsável pela
contínua – e temida pelo ocidente – expansão do império Russo, também
contribuiu fortemente com a história, cultura e tradições do país, seja por
meio de seus incríveis e por vezes, terríveis feitos, ou pelo simples fato de
amarem a arte e as ciências.
“Estima-se que o
Império Russo aumentou cerca de 140
quilômetros quadrados
por dia de pois
que os Románov
chegaram ao trono,
em 1613,
ou mais
de 520 mil
quilômetros quadrados por
ano. No final
do século XIX,
eles
governavam um
sexto da superfície da Terra — e
continuavam em expansão."
O livro, além de uma narrativa
fantástica, coesa e atraente, é uma análise interessante sobre o efeito que um grande poder e influência pode ter sobre um indivíduo e como isso afeta os
demais ao seu redor, desde esposas/maridos até a um simples escravo e pastor de
gado – A Rússia Tsarista era uma verdadeira roda da fortuna: de plebeu você
podia chegar a líder, e de líder ser exilado – ou fuzilado – por qualquer
motivo. Tal efeito de poder é mostrado em diversos ângulos, em diversas épocas
da história do mundo, sob diferentes contextos da sociedade, cultura e mudanças
através dos séculos.
“Os Románov se
tornaram não só a própria definição de dinastia e imponência, mas também de
despotismo, de uma parábola de loucura e arrogância do poder absoluto.
Nenhuma dinastia,
excluindo a dos césares, ocupa tal lugar no imaginário e na cultura populares,
e ambas fornecem uma lição universal sobre como funciona o poder pessoal
naqueles tempos e agora.
Mas, contudo, Os Románov, é um desse
livros que apesar de alta qualidade, não atraem a todos os tipos de pessoas, se
você gosta de enredos épicos, narrativas diretas, sem inclinações a conjecturas
e floreios fantásticos, e não liga se é ficção ou não, o livro é para você, e
lhe proporcionará uma ótima leitura, mas se você é um leitor mais inclinado a
cultura pop, ficção e literatura fantástica, recomendo que pule para a próxima,
pois é provável que se sinto bastante infeliz no meio do caminho.
Espero que tenham gostado da
sugestão.
Perguntas, dúvidas, comentários são
apreciados, embora a criatura que vos escreve demore uma pouco para responder.
Até a próxima.
Haidy – que no momento está
tentando entender como uma mulher conseguia usar 15 mil vestidos.